ENTREVISTA




ENTREVISTADO - Padre Alessandro
Local da entrevista – Na Cúria em Vitória da Conquista/Ba
Horário: 10:40hs


A pergunta foi direcionada à opinião da Igreja Católica em relação a células-tronco.


Opinião da Igreja Católica segundo o PADRE ALESSANDRO


   
Resposta :

A igreja não é contra o uso de células-tronco adultas, desde que não fere a dignidade da pessoa humana. Ela não é contra a ciência, mas determinados recursos utilizados pela mesma.
Onde existir uma oposição à vida humana a igreja será sempre contra, pois seu principio é a defesa da vida.
        Até que ponto se pode destruir uma vida para salvar outra?
        È contra o uso de células embrionárias em qualquer situação.

        A igreja é contra aos métodos artificiais de fertilização de embriões para a procriação, não é um método natural, existe uma super fertilização.
        Ela é a favor dos métodos naturais, onde um homem e uma mulher que querem se casar com o propósito de ter filhos, salvo aqueles que por algum tipo de patologia não podem ter filhos, aí a igreja não os condena. Mas se algum casal que se casar e não querem filhos a igreja manda procurar outros meios de se unirem.
         É também uma questão ética e moral.

        Na opinião do Pe. Alessandro a lei de Biossegurança falhou com a sociedade, no sentido de que embutiu duas questões altamente sérias no mesmo pacote. Faltou uma maior reflexão do envolvimento da sociedade bem como a separação dos termos ali embutidos sem contar a manipulação da mídia.




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Algumas reflexões sobre células-tronco.



Ao começar a refletir sobre estes temas tão polêmicos, gostaria de afirmar que a Igreja defende a pesquisa científica, sobretudo quando se pensa que essa pesquisa pode nos levar à cura das doenças que afligem a humanidade.

O que a Igreja quer frisar é que a ciência também tem de respeitar os direitos do homem. Não se trata, aqui, de defender a vida a partir de argumentos de fé. Trata-se de usar a razão para defender o valor absoluto de cada pessoa humana.

Quando a pesquisa científica diz respeito à vida humana, os limites devem ser definidos de maneira muito clara, para evitar que se manipule a vida de um ser humano desprotegido em favor de outro ser humano mais favorecido.

Não devemos ter medo de pôr limites à ciência. Devemos ter medo, sim, de uma ciência que, sem reconhecer limites éticos, acaba pondo em risco a vida humana com os desequilíbrios que provoca no sistema ecológico, nos relacionamentos entre ricos e pobres, e com sua participação na produção de armas.

Voltando ao problema da pesquisa com células-tronco, é evidente que essa pesquisa representa uma grande possibilidade para o desenvolvimento da ciência médica. Uma coisa que não se comenta é que todos os tecidos do corpo humano produzem células-tronco. Os especialistas em medicina celular sabem que pesquisas com células-tronco de tecidos adultos já deram resultados muito melhores, porque menos sujeitos a produzirem tumores.

Seja como for, por que a Igreja é contrária à utilização de células embrionárias? Porque o embrião é um ser humano em sentido pleno. Não se pode usar a vida de um homem para tratar a vida de um outro. Qualquer ser humano, rico ou pobre, jovem ou velho, de qualquer raça, tem um valor absoluto.

O problema, então, é reconhecer que o embrião já é um ser humano.Quem define quando é que a vida começa? Pela própria ciência se pode chegar a uma conclusão clara: quando o espermatozóide se une ao óvulo, nasce o embrião em sua primeira fase. O embrião, nesse momento, já está completo. Contém em si todas as informações necessárias ao novo ser humano. O que falta é apenas o tempo e a alimentação da vida para que chegue a seu pleno desenvolvimento.

Mais uma vez, quero frisar que não estou usando argumentos "religiosos" ou de fé para chegar a essa conclusão: é só olhar para o estágio de desenvolvimento da própria pesquisa científica. Poderíamos nos perguntar por que muitos cientistas reconhecem esse fato, ao passo que outros tantos não o reconhecem.

O ponto em questão é aquele pelo qual iniciei esta minha reflexão: deve a ciência respeitar limites éticos ou o que se deve é defender seu progresso a qualquer custo? Como estabelecido na Declaração de Helsinque, é a ciência que está em função do ser humano, de cada homem, de cada mulher e não o ser humano que está em função da Ciência.

A mídia tem explorado os testemunhos de portadores de doenças crônicas para as quais ainda não existem tratamentos que, justa e honestamente, buscam a cura para seus males. Esses testemunhos muitas vezes visam sensibilizar a opinião pública no sentido de se obter a rápida aprovação de leis que autorizem os cientistas a utilizarem embriões humanos como se isso pudesse "apressar" os resultados desses trabalhos de pesquisa, o que não é verdade porque as pesquisas com células-tronco retiradas de outros tecidos humanos (placenta, medula, entre outros) continuam se desenvolvendo a passos largos, no sentido de se alcançar os benefícios para a saúde de todos, o que é também o anseio da Igreja.

O que fazer com as pessoas doentes que poderiam esperar ser curadas a partir do uso da vida de embriões humanos? É preciso cuidar delas. Tenho certeza de que ninguém quer salvar sua vida à custa da vida de outro homem inocente.


São Paulo 01.07.04
Pe. Vando Valentini
Coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC/SP


Fonte:http://www.ghente.org/temas/celulas-tronco/artigos.htm


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 Dom Antônio Augusto Dias Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro





O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto Dias Duarte, afirmou, nesta quarta-feira, 26, durante o Congresso Internacional "Pessoa, cultura da vida e cultura da morte", que, devido ao progresso da ciência e da tecnologia, "enfrentam-se hoje problemas totalmente originais que a ética tradicional não podia nem sequer prever". Para ele, cabe aos estudiosos e especialistas da bioetica "estabelecer juízos morais seguros para os usuários e beneficiários desses novos conhecimentos científicos". Uma missão "difícil de ser cumprida, mas de uma urgência irrenunciável"acrescentou.


Médico e membro da Comissão de Ética da CNBB, Dom Augusto falou aos congressistas sobre "Análise bioética do uso de células-tronco embrionárias", uma das conferências do evento que acontece em Itaici, município de Indaiatuba (SP). Segundo afirmou, a tentação de ser deus ronda a consciência humana. "A tentação original de querer ser deus e de querer criar 'novos princípios éticos' e até mesmo uma 'nova ética' para analisar teoricamente as questões inauditas levantadas pela evolução das ciências continuam rondando a consciência humana".

Dom Augusto alertou para o perigo do uso utilitarista das células-tronco embrionárias. "A análise bioética do uso das células tronco-embrionárias no campo das pesquisas e no campo terapêutico que só considerasse o aspecto utilitarista e/ou o caráter proporcionalista e consequencialista reduziria a pessoa humana nesse período da sua vida a um mero objeto de investigação ou de aplicação terapêutica em enfermidades incuráveis até hoje", observou.



Ainda de acordo com o bispo, a análise bioética feita pela Igreja Católica visa fazer aparecer a verdade. "A Igreja Católica nas suas análises bioéticas busca fazer com que brilhe o esplendor da verdade sobre a pessoa humana e esse seu trabalho é reconhecido por pessoas sensatas e dispostas a viver sob essa mesma luz".

O bispo lembrou, também, que o fenômeno biológico da fecundação inicia "um ciclo vital original de um novo indivíduo, ao qual se aplica, plenamente, o título de ser humano, com igual dignidade e idêntica natureza como se costuma predicar das crianças recém-nascidas e dos homens e mulheres adultos que exigem o respeito pleno dos seus direitos fundamentais, sobretudo o direito à vida e à integridade física." 

                                                                                    Fonte:http:// www.cnbb.org.br/site/eventos/congresso-pav/17...




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